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Geraldo Pereira

, Coletâneas do Receita

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Nascido em Juiz de Fora (MG), no dia 23 de abril de 1918, o menino Geraldo Theodoro Pereira mudou-se para o Rio de Janeio aos 12 anos de idade, para ajudar seu irmão Mané Araújo (sanfoneiro) que tinha uma vendinha no morro da Mangueira…

E foi na mangueira que Geraldo Pereira começou a conhecer o samba. Frequentando a casa de Alfredo Português, conheceu sambistas como Carlos Cachaça, Nélson Cavaquinho e Cartola… Aliás, dizem que foi o Cartola que o ensinou a tocar violão…

Foi assim que Geraldo Pereira se tornou um dos maiores sambistas brasileiros! Foi capaz de assimilar o samba dos bambas da década de 20 e 30, acrescentando algumas alterações rítmicas na melodia e criando assim o que se conhece como “samba sincopado”, estilo amplamente difundido durante a década de 40 por Ciro Monteiro, que gostava de chamar esse jeito de se cantar samba de “samba de teleco teco”.

Segundo Nei Lopes, “o samba sincopado é uma variante do samba-choro, de fraseado sinuoso, rico em notas. Estilo que influênciou a obra de compositores como Jota Cascata, Padeirinho, Luiz Grande e João Nogueira”.

Seu primeiro samba gravado foi ‘Se você sair chorando”, na voz de Roberto Paiva, em 1939.

Inscrito num concurso de musicas carnavalescas, o samba não foi um sucesso estrondoso, mas chegou a preocupar o “papa” do samba na época, Wilson Batista. Preocupação essa que terminou em uma das mais famosas parcerias da dupla, “Acertei no Milhar”, gravada pelo Moreira da Silva, em 1940.

A partir daí, Geraldo Pereira pôde ser ouvido nos mais diversos timbres, interpretado por grandes nomes do samba, como Ciro Monteiro, Moreira da Silva, Aracy de Almeida, Orlando Silva, entre outros. Ciro Monteiro foi um grande amigo além de seu principal intérprete. Imortalizou clássicos como Falsa Baiana e Escurinho. A primeira música de Geraldo que Ciro gravou foi “Acabou a sopa”.

Geraldo Pereira era um boêmio e malandro, jogador de capoeira… Quando tomava umas já ficava com “mania de brigão”… E foi assim, por causa da mania de brigão, ironicamente mencionada em seu último samba, Geraldo Pereira morreu cedo, deixando em 15 anos de carreira uma obra de mais de 300 músicas, sendo a maioria, ainda inéditas…

Apesar de contar com um time de intépretes de peso, Geraldo também arriscava no gogó. Interpretava suas músicas e de outros sambistas, além de jingles publicitários, na Rádio Tamoio do Rio de Janeiro.

Confira “Cabritada mal sucedida”, na voz do próprio Geraldo Pereira:

A noite estava tranquila na Lapa, quandode repente Geraldo Pereira e Madame Satã começam um bate boca e acabam saindo na pancada… Dizem que depois de levar um certeiro, Geraldo caiu e bateu a cabeça no meio fio… foi levado ao hospital, mas não resistiu.

Geraldo Pereira em seus 37 anos de vida, não pode vivenciar a consagração, a valorização de sua obra e do samba do morro, que tanto buscou durante sua vida… Hoje é tido com um dos grande mestres do samba, gravado pelos mais diversos cantores e grupos. Pouco tempo aopós sua morte, artistas ligados ao incipiente mundo da Bossa Nova, como João Gilberto, Chico Buarque e Gal Costa, fizeram boas releituras de sua obra, apresentando assim o nome de Geraldo Pereira às novas gerações…

PRA OUVIR

Segue abaixo uma coletânea com 50 sambas de Geraldo Pereira gravados a partir do final da década de 30, em discos de 78 rpm. Alguns deles já postei alí em cima pra vocês fazerem uma boquinha. Confesso que fiquei surpreso com o tanto de canções que eu ainda não conhecia. Espero que também seja uma deliciosa aventura pelos morros, pela lapa e rodas de samba do Rio dos anos 40. Salve Geraldo Pereira!

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Obs: O início das músicas tá meio estranho, problema da gravação… mas é coisa de um ou dois segundos, não atrapalha muito, só incomoda um pouquinho!

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