De seus três nomes, José Gonçalves era o menos conhecido. Passaria por um Zé qualquer entre tantos… Mas esse Zé foi, nas palavras de Candeia, um sambista de renome, literalmente. Contam que ganhou seu primeiro apelido ao representar um personagem chamado Zé Com Fome na Casa de Caboclo (um teatro popular, fundado e dirigido por Antônio Lopes de Amorim durante a década de 30).
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Amigo de infância de Cartola, cresceu na Mangueira e desde menino já tocava cavaquinho. Foi crescendo e aprendeu a fazer samba com maestria… Foi integrante da ala de compositores da Mangueira, parceiro de Cartola, Carlos Cachaça, e outros grandes sambistas, compondo belos sambas de terreiro como “Quem se muda pra Mangueira” interpretado abaixo por Dona Zica e Nélson Sargento:
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Quem se muda pra Mangueira (Zé da Zilda)
Intérprete: Dona Zica e Nélson Sargento
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Mangueira, foste tu sempre a primeira
És a única bandeira sem orgulho e sem maldade
Quem se muda pra Mangueira é verdade
Leva a vida cheia de felicidade
Quem se muda de Mangueira tem saudade
E voltará ou mais cedo ou mais tarde..
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Em 1940, Zé com Fome, a convite do maestro Villa-Lobos, participou ao lado de Cartola, Pixinguinha, João da Bahiana, Jararaca, Zé Espinguela, Donga e Luiz Americano, da gravação dos famosos discos de Leopold Stokowski, registrados no navio Uruguai.
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A dupla Zé da Zilda e Zilda do Zé
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Mas foi em dupla que o Zé brilhou. Ele foi convidado por um amigo a ingressar na Rádio Educadora, onde trabalhou formando dupla com Claudionor Cruz, conhecido na época como Pente Fino. Anos mais tarde, já como chefe de um regional e com programa próprio, passou para a Rádio Transmissora. Foi quando conheceu e se casou com a cantora Zilda, com quem formou a Dupla da Harmonia, de grande sucesso no Rádio durante os anos 40 e 50.
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Porém, por uma falseta do destino, no dia 10 de outubro de 1954, Zé com fome nos deixou, deixou sua Zilda… Com apenas 46 anos, não resistiu a um derrame cerebral… Com o fim da dupla, tomada pela tristeza, Zilda homenageou o companheiro em forma de samba:
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Meu Zé (Zilda Gonçalves e Ricardo Galeano)
Intérprete: Zilda Gonçalves, 1955
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Zé,
Onde estás que não respondes,
Onde é que tu te escondes,
Que eu não ouço o teu cantar
Zé,
Eu não sei viver sozinha,
Vida triste esta minha
Meu consolo é choroar sem parar
Como é possivel Zé, cantar agora?
Se sofro tanto,
Se a minha alma chora
Vê zé,
Que a minha vida tem sido ruim
Se não fossem as crianças, meu Deus
Eu nem sei o que seria de mim…
Segue o link para uma coletânea com 32 musicas de Zé da Zilda em 78 rpm:
Parabéns pelo blog! MARAVILHOSO
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