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Mário Lago 100 anos - Coletânea 78 rpm

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Nascido em 26 de novembro de 1911 o ator, compositor, ator e radialista Mário Lago completaria hoje seu centenário. Filho único de Antônio Lago, um jovem compositor, maestro e violinista de sucesso e de Francisca Maria Vicência Croccia Lago, jovem descendente de calabreses, oriunda também de família de músicos, Mário Lago foi criado no bairro da Lapa, no Rio. Formou-se em Direito, mas jamais exerceu a profissão. Chegou a trabalhar como jornalista e estatístico, mas por pouco tempo. Desde criança, a arte exerceu absoluto fascínio sobre ele; uma atração igualada apenas pela política, pela boemia e pela família. A todas elas se dedicou com igual empenho e paixão.
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Começou na musica compondo marchinhas de carnaval, mas ganhou o gosto do público com a canção “Nada além”, gravada em 1938 por Orlando Silva. A partir daí, começou uma história de parcerias com grandes nomes do samba como Ataulfo Alves, Roberto Martins, Roberto Roberti, entre outros… Ainda em 1938 seu samba “Covardia”, com Ataulfo Alves, foi gravado por Nuno Roland na Odeon. Também na Odeon, Almirante gravou o samba “Você pensa”, com Roberto Martins, e na Victor, Sílvio Caldas lançou o samba “Na mão direita”, parceria de Mário Lago com com Nássara.
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Em 1939, Francisco Alves gravou o samba “Que tem você”, com Roberto Martins e Almirante o samba “Não quero chorar”, com Roberto Martins, na Odeon. Também em 1939 fez sucesso com o fox “Dá-me tuas mãos”, com Roberto Martins, gravado por Orlando Silva.
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Em 1940 compôs com Roberto Roberti a marcha carnavalesca “Aurora”, sucesso absoluto no carnaval de 1941. Gravada originalmente por Joel e Gaúcho, Carmem Miranda a inseriu em seu repertório divulgando-a com tamanho sucesso nos Estrados Unidos onde chegou a ter 17 gravações e até letra em inglês.
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Em 1942, lançou um de seus maiores sucessos, o samba “Ai que saudades da Amélia”, composta em parceria com Ataulfo Alves. Para divulgá-lo, recorreu a uma dupla famosa de disc-jóqueis da época – Júlio Lousada e Xavier – que em 24 horas tornaram a música um sucesso em toda a cidade do Rio de Janeiro. Gravado pelo próprio Ataulfo Alves e suas pastoras na Odeon, esse samba acabou criando uma neologismo da língua portuguesa: amélia, que figura como verbete do dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, significando mulher paciente, submissa, escravizada. A personagem que inspirou o samba existiu e foi lavadeira da família de Aracy de Almeida. A idéia do samba surgiu em uma brincadeira do irmão de Aracy, o Almeidinha, que costumava dizer: “Qual nada. Amélia é que era mulher de verdade…”. O samba foi aclamado vencedor do carnaval de 1942, no campo do Fluminense, juntamente com outro samba, “Praça Onze”, de Herivelto Martins e Grande Otelo.
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Outro grande sucesso da dupla Mário Lago e Ataulfo Alves foi o samba “Atire a primeira pedra”, lançado por Orlando Silva para o carnaval de 1944. Este samba foi, segundo o autor, o responsável pelo único pileque da vida de Ataulfo Alves. Ao chegar no Café Nice depois de constatar o sucesso do samba, encontrou o parceiro ‘meio alto’, que foi logo lhe dizendo: “Parceiro, estamos outra vez na boca do povo…”.
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Seus sambas foram gravados pelas maiores vozes do Rádio durante os anos 30, 40 e 50. Segue abaixo uma coletânea com 38 sambas de Mário Lago e seus parceiros. Vale a pena conferir e constatar que este foi um dos grandes sambistas de sua época, embora pouco lembrado como tal…
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