Paulinho da Viola
, Biografia Ilustrada
“Antigamente era Paulo da Portela, agora é Paulinho da Viola.” Assim Monarco, compositor da velha guarda, saúda os dois maiorais da Portela: O Paulo Benjamim de Oliveira e o Paulinho, que naquela época era apenas um garoto tímido que anos mais tarde ganharia de Zé Kéti o nome de “Paulinho da Viola” e seria responsável pela divulgação – pode-se dizer até pela criação – da Velha Guarda da Portela.
Paulinho nesse aspecto teve um papel muito parecido com o de seu antecessor, o Paulo da Portela. Paulinho já era frequentador do samba em Oswaldo Cruz e percebeu que o que se fazia alí era algo único. O bairro respirava samba, a quantidade de compositores de qualidade era impressionante. Manacéa, Mijinha, Alcides Malandro Histórico, Casquinha, Argemiro, João da Gente… As rodas de partido alto viravam a madrugada e as pessoas conversavam através de versos improvidados sobre um pequeno tema. A escola também já era uma grande campeã do carnaval e contava com vários sambas antológicos. Ao se ver nesse contexo Paulinho resolve registrar as composições dos grandes sambistas portelenses e reúne a nata do samba na Portela para gravar um disco chamado Portela, Passado de Glória com o nome de Velha Guarda da Portela. Com isso Paulinho conseguiu que os velhos compositores fossem devidamente valorizados pela qualidade de sua arte e hoje a “Velha Guarda” está presente em lugar de destaque em praticamente todas as escolas de samba!
Foi na época do Zicartola que se iniciou uma pequena confusão que no final rendeu bons frutos. Certa vez seu amigo Hermínio Belo de Carvalho, pediu que Paulinho musicasse um poema que havia feito para a Mangueira, sua escola de coração. Nascia “Sei lá, Mangueira”
Mais parece um céu no chão
Sei lá,
Em Mangueira a poesia Feito um mar se alastrou
E a beleza do lugar
Pra se entender
Tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê
É um pouco mais
Que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar…
Pra Saber Mais