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Pixinguinha...

, Pixinguinha

Texto publicado no dia 16/02 pelo meu mestre e amigo Walter Firmo lá no Facebook. Transcrevo na íntegra as palavras desse fotógrafo e poeta, que nos brindou com a mais bela e conhecida imagem do gênio Pixinguinha:
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É, que amanhã, o autor de Carinhoso faz 40 anos de morto, não choramos mais, apenas sentimos a sua falta física, hoje mais sozinhos neste mundo povoado de fibras óticas e profundamente digitalizado.Ah, se tú soubesses como cada vez somos menos carinhosos, talvez voltasses e, nossas ruas selvagens se tornariam floridas outra vez.
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O jornal “O Globo”, através de Ancelmo Góis, conseguiram me encontrar nas férias nordestinas e pediram não só a autorização para publicar a foto e, tambem um pequeno texto em que me reportasse a ele.Àqueles que não poderão contemplar outra vez a lírica imagem, vai aí o pequeno texto que serão reproduzidos na edição deste próximo.
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“Estava eu, diante de tamanha formosura no quintal de sua casa – no subúrbio de Ramos, no ano de 1968 -debaixo de uma frondosa mangueira, cercada de rosas plantadas e folhas sêcas ao chão, sob uma luz tropical vespertina, que beijava com sua tênue claridade a soberba magestade creoula do maestro Pixinguinha, sentado a meu pedido sobre uma cadeira de balanço daquelas modelo austríaca, trajando pijama azul desfalecido e, ostentando na mão repousada em seu colo o glorioso saxofone dourado.
Ainda me lembro, passado tantos anos, de sua envergadura corporal bonachona, um líder natural por excelencia.Fiz, então, completamente automatizado como se não sentisse nada, inteiramente frio e calculista, um filme em cor de 36 poses circulando em torno dele 360 gráus, área essa reservada naquele momento a uma consciencia artística e reverencia histórica, tinha absoluta certeza disso.
Foi um pressentimento”.
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Walter Firmo
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