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Samba da Boa Vontade (Noel Rosa e Braguinha)

, 78 rpm

Uma letra noelesca de 1931, mas de extrema atualidade. É uma resposta às convocações do Governo Provisório de Getúlio Vargas para que o povo mantivesse o otimismo, mesmo enfrentando sérias dificuldades.
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“É melhor apertar agora para que a fartura venha depois”, diziam os governantes, numa cantilena muito conhecida dos brasileiros de todas as épocas. Quando Noel Rosa escreveu “Que iremos à Europa/Num aterro de café”, referia-se à decisão governamental de queimar ou jogar no mar três milhões de sacas de café, a fim de valorizar o preço do produto.
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Primeira gravação lançada em 1931, por Noel Rosa e João de Barro com o Bando de Tangarás, em discos Parlophon:
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Viver alegre hoje é preciso
Conserva sempre o teu sorriso
Mesmo que a vida esteja feia
E que vivas na pirimba
Passando a pirão de areia
 .
Gastei o teu dinheiro
Mas não tive compaixão
Porque tenho a certeza
Que ele volta à tua mão
 .
Se ele acaso não voltar
Eu te pago com sorriso
E o recibo hás de passar
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– Nesta qüestão solução sei dar !
. 
Neste Brasil tão grande
Não se deve ser mesquinho
Quem ganha na avareza
Sempre perde no carinho
. 
Não admito ninharia
Pois qualquer economia
Sempre acaba em porcaria
. .
– Minha barriga não está vazia!
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Comparo o meu Brasil
A uma criança perdulária
Que anda sem vintém
Mas tem a mãe que é milionária
. 
E que jurou batendo o pé
Que iremos à Europa
Num aterro de café
 .
– Nisto eu sempre tive fé!
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