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A Malandragem

, 78 rpm

E pra inaugurar a seção “A Era do Rádio” deixo aqui o samba “A Malandragem” de Alcebíades Barcelos, o famoso Bide do Estácio. Antes, porém, segue um pequeno depoimento de Bucy Moreira, neto de Dona Ciata e ritimista da Deixa Falar:

“O samba antigamente era na base dos versinhos e dos corinhos. Um dia, minha mãe me mandou comprar manteiga na padari pra eu tomar café antes de ir pra escola.

Quando saí da padaria, vi quatro camaradas reunidos: era o Zeca Taboca, um outro rapaz que tinha o apelido de Brinco, o Edgar com aquela camisa de malandro característica dele, e o Rubem, que era muito alto, com aquelas orelhas de abano, aquela fisionomia meio grega, tudo lá cantando samba. Eu cheguei e perguntei: ‘o que é isso?’

E disseram: ‘Isso é um samba moderno que o Rubem fez’. E cada um tirava um verso de improviso. Mas eu não me lembro como era o samba não. O primeiro a gravar esse tipo de samba foi o Bide, que gravou ‘A Malandragem’ com o Francisco Alves  (Partido Alto, Samba de Bamba – Nei Lopes, 2005. pág. 161)

Francisco Alves

Observem então que essa seria, de acordo com o depoimento de Bucy, a primeira gravação de um samba que passaria a ser conhecido como um samba de primeira, um samba corrido onde apenas a primeira estrofe tem letra fixa e os versos da segunda parte são improvisados pelo cantor.

Esse tipo de samba foi muito comum durante essa época e era assim que as escolas desfilavam no carnaval. Toda escola, no lugar do “puxador’ de samba enredo que conhecemos hoje, tinha um grupo de improvisadores que davam conta dos versos enquanto a primeira era geralmente cantada em côro pela escola.

 

A malandragem (Bide)
Intérprete: Francisco Alves
Data: 1927-1928
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A malandragem eu vou deixar
Eu não quero saber da orgia
Mulher do meu bem-querer
Esta vida não tem mais valia

Mulher igual
Para a gente é uma beleza
Não se olha a cara dela
Porque isso é uma defesa
Arranjei uma mulher
Que me dá toda vantagem
Vou virar almofadinha
Vou deixar a malandragem

Esses otários
Que só sabem é dar palpite
Quando chega o Carnaval
A mulher lhe dá o suite
Você diz que é malandro
Malandro você não é
Malandro é Seu Abóbora
Que manobra com as mulhé.

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Comentários

E eu só estou conhecendo hj, 2015, e não fiquei menos surpreso com a qualidade, com as tantas informações.
Espetacular!

E eu só estou conhecendo hj, 2015, e não fiquei menos surpreso com a qualidade, com as tantas informações.
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Danilo Freitas

Parabéns, um livro multi didático digital da história do samba.

Amadeu

Faço das palavras do Kowoski as minhas.Excelente site. excelente nivel!. Obrigado. Abraço.

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Amadeu

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acabei de conhecer o blog e achei simplesmente fantástico!!!!
Há um bom tempo que estava procurando boas fontes de conhecimento sobre samba..

Muito Obrigado!
=D

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Muito Obrigado!
=D

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