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Bambas do Estácio: Bide (Alcebíades Barcelos)

, 78 rpm

Lá pelos idos de 1928 o que se chamava de “Samba” era simplesmente um maxixe com letra, muitas vezes também chamado de “Tango Brasileiro”. A batucada era modesta, muitas vezes só um pandeiro… Foi do Bide a idéia de encourar uma lata de manteiga e usar pra fazer a marcação pois durante o desfile (da escola de samba que ele ajudou a criar, a primeira de todas), sem o auxílio de microfones e amplificadores, era difícil manter o ritmo. Nascia o Surdo e com ele o samba nunca mais foi o mesmo.
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Entre 1928 e 1931 a turma do Estácio causou uma revolução sem precedentes na musica brasileira sendo tal período considerado por pesquisadores com um dos mais ricos e mais importantes da história da musica popular brasileira.
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Há algum tempo criei a seção “Bambas do Estácio” pra contar um pouco dessa história. E já estava demorando a falar um pouco do Bide. Alcebíades Maia Barcelos, nasceu em Niterói no dia 25/07/1902. Portanto, comemoramos essa semana os 110 anos de seu nascimento. Sem Bide o samba não seria o mesmo, ou talvez demorasse algum tempo para que se desenvolvesse e chegasse ao que conhecemos hoje como Samba.
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Embora nascido em Niterói, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro ainda novo, aos seis anos de idade. Foi morar no Estácio de Sá, bairro que ficava em um ponto estratégico, próximo à Cidade Nova, à Praça Onze e ao Mangue, que era na época o baixo meretrício do rio de Janeiro. Alí aprendeu o ofício de sapateiro, que pagava suas contas, mas também aprendeu a fazer samba. Esse sim foi seu grande dom.
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Bide e Armando Marçal
Foi no Estácio, por volta de 1926, que Bide e seu irmão Rubem Barcelos (o Mano Rubem) conheceram alguns malandros da melhor estirpe. Ismael Silva, Brancura, Nilton Bastos, Mano Edgar… Bancados pelas “Damas” do Mangue, faturavam um extra no jogo de chapinha, no bicho… E gostavam mesmo era de fazer samba, com tamanha criatividade que revolucionaram o próprio modo de se fazer samba.
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Certo dia o cantor Francisco Alves ouviu um samba seu, gostou e quis gravar. Em 1927 foi lançado em disco Odeon o samba “A Malandragem” samba de Bide gravado por Francisco Alves e que se tornou um marco. O primeiro samba do Estácio gravado. É bom lembrar que Bide não foi o primeiro a fazer samba nesses moldes, mas deu a sorte de ser o primeiro a gravar.
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Logo largou o emprego de sapateiro e passou a viver de música. Era ritmista dos bons e presença constante nos estúdios de gravação e teatros. No vídeo abaixo Bide aparece como integrante do Regional de Benedito Lacerda, tocando cuíca enquanto Aurora Miranda canta o samba “Molha o Pano” (Getúlio Marinho e Cândido Vasconcelos) numa cena do filme “Alô, alô carnaval” de 1936.

 

Bide foi parceiro de uma infinidade de sambistas da época: Noel Rosa, Alberto Ribeiro, Roberto Martins, Benedito Lacerda, João da Baiana, Haroldo Lobo, Ataulfo Alves, Herivelto Martins, Getúlio Marinho, e por aí segue a lista. Mas seu maior parceiro foi mesmo Armando Marçal, com quem formou uma das duplas mais bem sucedidas da musica brasileira.  Bide e Marçal… às vezes soa até estranho quando se ouve o nome de um sem o do outro em seguida.

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BAIXAR BIDE EM 78RPM

 

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Comentários

Parabens ao Blog, ainda bem que ainda tem pessoas de boa vontade para manter a chama do samba tradicional sempre acesa. Continuem assim …

Parabens ao Blog, ainda bem que ainda tem pessoas de boa vontade para manter a chama do samba tradicional sempre acesa. Continuem assim …

Parabéns pelo blog!!!!um dos melhores sobre samba mesmo…voces gostam de sambarock???
http://juniormaiabaileblack.wordpress.com/2012/08/01/galera-uma-previa-do-que-vai-rolar-no-domingo/

Parabéns pelo blog!!!!um dos melhores sobre samba mesmo…voces gostam de sambarock???
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